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Mensagem do dia.. - por: Leonardo barreto


Um coração que está em Deus não se corrompe e é fiel à seus princípios, ou vc está em Deus ou não está a matemática é simples assim...

Evangelho do dia - 07/05/2015

Evangelho (Jo 15,9-11)

O Senhor esteja convosco.

Ele está no meio de nós.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena”.


— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Francisco, um dom da Providência





Muitas e discrepantes têm sido as reações à eleição do Cardeal Jorge Mario Bergoglio ao Sólio Pontifício. Criou-se, desde o primeiro instante, um papa virtual ao lado do Papa real – para usar uma expressão de Bento XVI, forjada originalmente em relação ao Concílio Vaticano II.
Também eu tenho algo a dizer sobre o Papa Francisco e, sinceramente, espero não estar a produzir mais uma falsa imagem do Sumo Pontífice. Ademais, devo acrescentar que minha visão está necessariamente condicionada pela fé e informada pela razão. É, portanto, o modo como um católico, sobretudo, vê o novo Papa.
A verdade é que eu temia não nutrir o mesmo afeto que tenho por Bento XVI pelo novo papa, fosse quem fosse. Os que me conhecem sabem da minha profunda devoção a Bento XVI. Por ele tenho um amor de filho a um pai espiritual. Não se trata de pura obediência ou reverência devidas a todo e qualquer papa, mas de profunda gratidão por ter me ajudado a progredir na fé de um modo que não saberia traduzir em palavras. Por mais que três quadras da minha existência tenham transcorrido sob João Paulo II, é Bento XVI o papa da minha vida!
Como imaginar que qualquer cardeal pudesse estar à altura do “meu” papa?
Destas sensações tão humanas – não obstante suas conotações espirituais – eu sabia que devia passar a uma atitude de fé católica – da pessoa à função, de Bento XVI a Pedro. Um católico não está ligado a este ou àquele papa, mas a Cristo e a seu Vigário. Como bom aluno salesiano, eu devia ir de “Viva Bento XVI!” a “Viva o Papa!”.
Duvido que haja algum leitor habitual do blog que duvide da surpresa e perplexidade com que recebi o anúncio da eleição do cardeal argentino. Eu esperava, como tantos, um cardeal mais jovem. Eu não esperava um cardeal que fora apontado, com ou sem razão, como o anti-Ratzinger no conclave de 2005.
Ocorre que muito pouco eu conhecia do Cardeal Bergoglio. As escassas referências eram um tanto negativas. Nada grave, é verdade, que o tornasse indigno da Cátedra de Pedro, mas suficientemente fortes para que eu o considerasse menos apto a prosseguir com a obra de restauração de Bento XVI.
Então esperei alguns dias para escrever este texto. Se o faço somente agora é porque minha insatisfação inicial foi radicalmente transformada em júbilo. Do contrário, este blog estaria fechado para balanço, porque eu jamais faria juízo de valor negativo sobre o “doce Cristo na terra”. Eu me calaria até a eleição de seu sucessor. Sobre uma ou outra decisão pastoral sua talvez – não o fiz a respeito de Bento XVI? –, sobre seu pontificado definitivamente não!
A razão da espera é que eu gostaria que as palavras brotassem do funda da alma e com a convicção que costumo ter, mesmo quando me equivoco. Não palavras protocolares e hipócritas que escondessem um pensar e um sentir opostos.
Considero o Papa Francisco como sendo o papa da Providência Divina, embora não me seja dado perscrutar seus insondáveis desígnios. Percebam que não se trata de mera conformação, como se dissesse: “bem, se é o papa que temos, aceitemos o papa”.  Estou a dizer que tinha de ser ele o papa!
Por que cheguei a tal conclusão não é fácil dizer. Creio que a graça de Deus me antecedeu e me acompanhou neste processo ao longo dos últimos dias e, num dado momento, percebi uma verdadeira alegria com o novo Papa.
Mas alguns elementos certamente contribuíram para este meu ato de fé e, como tal, razoável; não me deixo convencer por fáceis consensos, lugares-comuns e emocionalismos baratos. Nem estou a afirmar que o Sumo Pontífice seja perfeito e que satisfará em tudo às nossas expectativas. Mas, novamente citando Bento XVI, estou convencido que Deus sabe trabalhar com instrumentos limitados.
O Papa Francisco é um homem de fé. Seus primeiros atos e palavras já deram mostras de ser ele profundamente espiritual. Seu incipiente magistério, e soma-se aqui o anterior como Arcebispo de Buenos Aires, centra-se na pessoa de Cristo, na ação do seu Espírito, na compreensão do que seja sua obra, a Igreja. Mesmo que não esteja entre os grandes teólogos de nosso tempo – o que definitivamente não é defeito – tem traduzido em linguagem simples e direta as verdades basilares do cristianismo. Que se conformem aqueles que esperam – por absurdo – que o Papa Francisco ensine uma doutrina nova, sua ou destes lobbies anticatólicos acastelados no corpo eclesial.
Uma preocupação recorrente entre aqueles que frequento se dá no campo da Sagrada Liturgia. Para nós, a Liturgia da Igreja é mais que cerimônias e rituais. É canal de fé e salvação, é mistério divino, diz respeito ao primeiro mandamento da Lei de Deus. Assim se compreende quão sensíveis somos a qualquer variação no trabalho de restauração iniciado por Bento XVI.
Mas o que temos visto? Um papa piedoso, sóbrio e, o mais importante, que se diminui para que Cristo cresça. Eu receava muito a eleição de alguém que, no afã de se fazer acessível, atraísse para si a atenção dos fiéis no culto divino. Eu temia um “pop star” da Missa, à semelhança do que tão bem conhecemos no Brasil.
Senti, sem dúvida, algumas perdas em relação a Bento XVI, sobretudo no tocante à beleza dos variados símbolos litúrgicos e para-litúrgicos. Mas convenhamos, o Papa Francisco preservou intacto o essencial. Os graus, os estilos, as formas, os materiais são todos elementos acidentais do culto e que se adéquam mais ou menos perfeitamente à beleza divina que se quer comunicar ou à beleza humana que se quer oferecer. É certo que não veremos as belas capas barrocas de nosso patrimônio litúrgico, mas também não veremos as capas de “Halloween” envergadas em outros tempos.
Também sentirei a ausência da Missa “versus Deum”, rara, mas praticada por Bento XVI e que fazia uma conexão com o passado e apontava para o futuro da liturgia romana. Mas também isto podemos esperar.
O papa não usa múleos, mozeta; seu anel não é de ouro, sua cruz é de ferro; nada de alvas rendadas; o papa não canta – e chi se ne frega! Ora, podemos suportar isto. Acaso foi este o magistério litúrgico de Bento XVI? Tenho outras preocupações neste campo.
Importa mesmo que o novo Papa mantenha a disposição do motu proprio Summorum Pontificum, porque aí está mais do que uma concessão aos tradicionalistas. É uma compreensão de Tradição e autoridade, sem mencionar o efeito benéfico que já produz e haverá de produzir nas futuras gerações de padres. Uma reviravolta neste campo seria desastroso, não para a FSSPX, mas para a Igreja.
Importa mesmo que o novo Papa seja firme no propósito de corrigir os abusos e exigir fidelidade ao Missal de Paulo VI. Não veremos, creio, uma reforma da reforma no presente pontificado, mas é possível progredir com os elementos que já temos. Alguém se surpreenderia se a CNBB apresentasse, com toda pressa, uma tradução esculhambada do Missal Romano com um atraso de 11 anos, julgando ser de fácil aprovação sob Francisco o que não teria sido com Bento XVI? Não estou afirmando, senhores, estou apenas considerando hipóteses.  
Importa mesmo que o novo Papa nos dê uma catequese permanente do Sacrifício Eucarístico através de seu modo de celebrar a Santa Missa, o que até agora tem feito. Não peçamos mais de um jesuíta. Meu velho diretor espiritual dizia jocosamente que “jesuíta” e “liturgia” são palavras que não se conjugam bem. A “devotio moderna”, que tanto caracterizou a Companhia de Jesus, põe o acento sobre outros aspectos, o que não a impediu de dar grandes santos e místicos à Igreja.
Uma virtude humana do Papa assaz importante e providencial é, no meu sentir, seu espírito de pobreza evangélica. Não me refiro aos arreios litúrgicos, que tributo a uma questão de gosto e estilo pessoal. Refiro-me ao desprezo pelo luxo e o supérfluo. Não nos esqueçamos que o Papa viverá numa corte em que há santos e dandies. A estes últimos o Santo Padre dará o exemplo, tão necessário em nosso tempo, em que os espertos filhos das trevas – como outrora Lutero – sabem se utilizar das fraquezas humanas para ferir a Igreja. A Cúria precisa ser reformada, é inegável, mas só alguém com autoridade moral provinda do exemplo pode fazê-lo no sentido autêntico.
E a todos nós clérigos, sua simplicidade no trato com todos nos recorda que o ministério sacerdotal não nos torna “príncipes” à moda do mundo, na busca de poder, riqueza ou status social. Aquela imagem de “principezinho” que às vezes transmitimos com nossas manias, exigências, tons de voz – tipicamente autoritária e contrária à pobreza evangélica – precisa desaparecer do horizonte de nossas paróquias e dioceses. O papa dá-nos o exemplo e seu exemplo certamente nos desestabilizará a muitos de nós.
Uma parcela essencial no seu magistério será certamente o amor ao pobres e à criação. Nós permitimos que os inimigos da humanidade sequestrassem e manipulassem a seus propósitos vis estes elementos integrantes do patrimônio cristão. Quantas pessoas bem intencionadas seguiram estas bandeiras, desprovidas de seu fundamento espiritual, por incompetência nossa. Um papa que os proponha com novo vigor e com sua base espiritual poderá encabeçar uma verdadeira “reconquista”. Quem deu dignidade ao homem, amou e serviu os pobres e viu a bondade na criação mais que a Igreja de Cristo ao longo dos últimos 2000 anos? Os que o negam são filhos do pai da mentira. Nada de ideologia libertacionista ou ecologista, mas a doutrina cristã genuína que nossos santos praticaram e praticam. Creio que o Papa porá isto sob nova luz – “para que vendo vossas boas obras, glorifiquem o Pai”(Mt 5,16).
E chegando aos finalmentes, imagino que meu amor ao novo Papa cresça na medida em que passarem os encômios iniciais, vindos de todos os lados e dos mais escabrosos, e chegarem finalmente as perseguições. São elas que dão autenticidade ao ministério do Papa. Ele o afirmou inequivocamente diante dos cardeais na Sistina:
Este Evangelho continua com uma situação especial. O próprio Pedro que confessou Jesus Cristo com estas palavras: Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo, diz-lhe: Eu sigo-Te, mas de Cruz não se fala. Isso não vem a propósito. Sigo-Te com outras possibilidades, sem a Cruz. Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor.
Eu queria que, depois destes dias de graça, todos nós tivéssemos a coragem, sim a coragem, de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor, que é derramado na Cruz; e de confessar como nossa única glória Cristo Crucificado. E assim a Igreja vai para diante.
Viva o Papa!

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