3. O entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade
À
luz de quanto foi dito, torna-se claro que nunca podemos separar e
menos ainda contrapor fé e caridade. Estas duas virtudes teologais estão
intimamente unidas, e seria errado ver entre elas um contraste ou uma
"dialética". Na realidade, se, por um lado, é redutiva a posição de quem
acentua de tal maneira o carácter prioritário e decisivo da fé que
acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade
reduzindo-a a um genérico humanitarismo, por outro é igualmente redutivo
defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade,
pensando que as obras substituem a fé. Para uma vida espiritual sã, é
necessário evitar tanto o fideísmo como o ativismo moralista.
A
existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com
Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí
derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de
Deus. Na Sagrada Escritura, vemos como o zelo dos Apóstolos pelo anúncio
do Evangelho, que suscita a fé, está estreitamente ligado com a amorosa
solicitude pelo serviço dos pobres (cf. At 6, 1-4). Na Igreja, devem
coexistir e integrar-se contemplação e ação, de certa forma simbolizadas
nas figuras evangélicas das irmãs Maria e Marta (cf. Lc 10, 38-42). A
prioridade cabe sempre à relação com Deus, e a verdadeira partilha
evangélica deve radicar-se na fé (cf. Catequese na Audiência geral de 25
de Abril de 2012). De fato, por vezes tende-se a circunscrever a
palavra "caridade" à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é
importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é
precisamente a evangelização, ou seja, o "serviço da Palavra". Não há
ação mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que
repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova
do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é
a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo
de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum progressio, o
anúncio de Cristo é o primeiro e principal fator de desenvolvimento (cf.
n. 16). A verdade primordial do amor de Deus por nós, vivida e
anunciada, é que abre a nossa existência ao acolhimento deste amor e
torna possível o desenvolvimento integral da humanidade e de cada homem
(cf. Enc. Caritas in veritate, 8).
Essencialmente, tudo parte do
Amor e tende para o Amor. O amor gratuito de Deus é-nos dado a conhecer
por meio do anúncio do Evangelho. Se o acolhermos com fé, recebemos
aquele primeiro e indispensável contato com o divino que é capaz de nos
fazer "enamorar do Amor", para depois habitar e crescer neste Amor e
comunicá-lo com alegria aos outros.
A propósito da relação entre
fé e obras de caridade, há um texto na Carta de São Paulo aos Efésios
que a resume talvez do melhor modo: "É pela graça que estais salvos, por
meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras,
para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em
Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas ações que Deus de
antemão preparou para nelas caminharmos" (2, 8-10). Daqui se deduz que
toda a iniciativa salvífica vem de Deus, da sua graça, do seu perdão
acolhido na fé; mas tal iniciativa, longe de limitar a nossa liberdade e
responsabilidade, torna-as mais autênticas e orienta-as para as obras
da caridade. Estas não são fruto principalmente do esforço humano, de
que vangloriar-se, mas nascem da própria fé, brotam da graça que Deus
oferece em abundância. Uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos:
estas duas virtudes implicam-se mutuamente. A Quaresma, com as
indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos
precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da
Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a
crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através
do jejum, da penitência e da esmola.
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Mensagem do dia.. - por: Leonardo barreto
Um coração que está em Deus não se corrompe e é fiel à seus princípios, ou vc está em Deus ou não está a matemática é simples assim...
Evangelho do dia - 07/05/2015
Evangelho (Jo 15,9-11)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
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